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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
sábado, 28 de junho de 2014
Mudanças na escola
Curso de Formação
Continuada de Professores
Atendimento Educacional Especializado
AEE e Metodologia da Pesquisa
Maria de Jesus Lima Rodrigues[1]
Pensamentos a partir das principais ideias do texto,
“O modelo dos modelos” de Ítalo
Calvino em anexo, e o relacionamento destes fragmentos com Atendimento
Educacional Especializado – AEE.
Mudanças na escola
A partir da Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (2008) a escola comum vem se
organizando, tendo como preceito de que, cada aluno tem a possibilidade de
aprender a partir de suas capacidades e habilidades. Tendo como objetivo
romper, desvencilhar-se da época em que se construía um modelo de educação para
iguais, ignorando as diferenças, e a capacidade que todos têm de aprender.
O antigo modelo de educação que homogeneizava
as salas de aulas e que ainda existe na mente de alguns e/ou faz parte da realidade de
alguns, aos poucos vem se transformando.
A escola comum inclusiva rompe com o modelo seletivo
excludente que ditava quem podia frequentar as escolas, e com a mesma ideia seletiva,
a própria família, adepta ao contexto cultural excludente aceitava esta cruel
realidade, não reivindicava o direito de seus filhos com deficiência de
aprender e exercer os seus diretos de cidadão.
A nova proposta de educação não espera
que os modelos imaginários coincidam com a realidade diminuindo assim a
exclusão dos alunos que não atendem o perfil idealizado pelas instituições de
ensino e garantindo o direito a diferença, pensando a escola como um espaço de todos.
A
escola atual discute e contrapõe suas praticas e reconhece as diferenças dos
seus alunos, busca alternativas e práticas educacionais compatíveis com seus
alunos.
Uma das inovações oferecidas pela
maioria das escolas brasileiras em parceria com o Ministério da Educação trazidas pela Politica Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva
(2008) é o Atendimento Educacional Especializado – AEE. Um trabalho da educação especial “[...]
identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que
eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas
necessidades especificas" (SEESP/MEC,2008).
Alguns educadores ainda não moldaram as
suas práticas, mas as oportunidades e iniciativas começam a aparecer visando mudanças nesta realidade. Cursos
de formação continuadas destinados a profissionais da educação são oferecidas pelo
MEC em parceria com outras instituições de ensino, e também muitos materiais
estão disponíveis para auto estudo na plataforma do Ministério da Educação.
No dia a dia na escola educadores deparam-se com as diferenças e muitas das
vezes não sabem muito como lidar com elas, mas devemos apagar da mente os
modelos imaginários construídos e arraigados em nossas entranhas culturais, e reconstruir um novo modelo embasado na valorização das diferenças.
Referências
BRASL, Ministério
da Educação. Secretaria d Educação Especial. Politica Nacional da Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Inclusão: revista da educação
especial, v. 4, n 1, janeiro/junho 2008. Basilia: MEC/SEESP, 2008.
CALVINO,
Ítalo. O modelo dos modelos. Retirado do site: .
Acessado em: 14 de junho de 2014.
ANEXO
“O modelo dos modelos”
Italo Calvino
Houve na vida do senhor Palomar uma época em
que sua regra era esta: primeiro, construir um modelo na mente, o mais
perfeito, lógico, geométrico possível; segundo, verificar se tal modelo se
adapta aos casos práticos observáveis na experiência; terceiro, proceder às
correções necessárias para que modelo e realidade coincidam. [..] Mas se por um
instante ele deixava de fixar a harmoniosa figura geométrica desenhada no céu
dos modelos ideais, saltava a seus olhos uma paisagem humana em que a
monstruosidade e os desastres não eram de todo desaparecidos e as linhas do
desenho surgiam deformadas e retorcidas. [...] A regra do senhor Palomar foi
aos poucos se modificando: agora já desejava uma grande variedade de modelos,
se possível transformáveis uns nos outros segundo um procedimento combinatório, para encontrar aquele que se
adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse feita de tantas
realidades distintas, no tempo e no espaço. [...] Analisando assim as coisas, o
modelo dos modelos almejado por Palomar deverá servir para obter modelos
transparentes, diáfanos, sutis como teias de aranha; talvez até mesmo para
dissolver os modelos, ou até mesmo para dissolver-se a si próprio.
Neste ponto só restava a Palomar apagar da
mente os modelos e os modelos de modelos. Completado também esse passo, eis que
ele se depara face a face com a realidade mal padronizável e não
homogeneizável, formulando os seus “sins”, os seus “nãos”, os seus “mas”. Para
fazer isto, melhor é que a mente permaneça desembaraçada, mobiliada apenas com
a memória de fragmentos de experiências e de princípios subentendidos e não
demonstráveis. Não é uma linha de conduta da qual possa extrair satisfações
especiais, mas é a única que lhe parece praticável.
[1]
Cursista. Atividade do blog. 2ª Semana.
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Transtorno do Espectro Autista: Recurso de apoio
5ª
Semana
4ª
Atividade
Atendimento
Educional Especializado (AEE)
Maria de Jesus Lima Rodrigues[1]
Transtorno do Espectro
Autista (TEA): Recurso de apoio
A coleção Amigos Especiais são livros
Estruturados e imantados, voltados para a alfabetização de pessoas com Autismo
e outras deficiência. Cada coleção é composta por quatro livros, Português:
vogais; Matemática: noções básicas; Iniciação a ciências e Sociedade.
É uma proposta que visa contribuir para
o fortalecimento da educação inclusiva das pessoas com Autismos e outras
deficiências. E como é um recurso leve de baixa tecnologia muito fácil de ser
usado, pode ser utilizado em qualquer espaço educativo da escola sala de aula,
no Atendimento Educacional Especializado (AEE), biblioteca, laboratório de
informática e etc.
Como é sabido as crianças em geral tem
as suas especificidades, e se tratando de pessoas com deficiências o tempo de aprender de cada uma é bem
diferente. Logo, não vamos especificar idade e sim focar na necessidade. Este
material é apropriado para o aluno que se encontra no processo inicial de
alfabetização com dificuldades na utilização de textos e/ou de comunicação,
independente da idade.
O
professor do AEE poderá utilizar para construção da identidade do aluno, para
estimular a aprendizagem da escrita, para o desenvolvimento da consciência
fonológica ou aquisição de conceitos educativos, desenvolvimento da oralidade.
Se o problema maior do aluno for à comunicação e na interação social, os livros
imantados são excelentes para auxiliar na avaliação e descobrir o que o aluno
já sabe.
Representação Visual
Figura 1. Página do
livro de Língua Portuguesa; Pagina imantada para ser colocada sob a pagina de
trabalho, vogais imantadas.
Figura 2. Página
para trabalho do desenvolvimento da consciência fonológica (letra inicial).
Figura 3.
Trabalhando com o aluno na SRM.
Descrição
Cada Kit didático contém: Um livro, 1
Base fixa de trabalho Imantada, 1 Base fixa de apoio imantada, e as bases
moveis imantadas (respostas). Se você necessitar de maiores infrações é só
consular o link que se encontra nas referencias.
Referencias
Atelier Estruturado.
Livros Estruturados e imantados: voltados para alfabetização de pessoas com
Autismo e outras deficiências. Pesquisa no site:
http://www.atelierestruturado.com.br/portal/galeria.php. Acessado em: 25 de
maio de 2014.
Referencias
BEZ, Maria
Rosangela. As Tecnologias como Signos na Perspectiva da Teoria Sócio-Histórica.
Texto retirado do site:
Acessado em: 26 de maio de 2014.
____________.
Recursos Tecnológicos de Apoio TEA. Texto retirado do site:
Acessado em: 26 de maio de 2014.
Tecnologia Assistiva
– Miryam Pelosi. - http://www.comunicacaoalternativa.com.br/ Aacesso em: 1 de junho de 2014.
ARASAAC - Portal
Aragones de Comunicação Alternativa e Ampliada - http://www.catedu.es/arasaac/ Aacesso em 01 de junho de 2014.
[1] Maria
de Jesus Lima Rodrigues,. Licenciada em Normal Superior, pela Fundação
Universidade do Tocantins - UNITINS. Especialista em Gestão Educacional e
Metodologia do Ensino de Ciências Humanas – História e Geografia, pela
Sociedade de Educação Continuada – EDUCON. Especialista em Mídias na Educação
pela Universidade Federal do Tocantins UFT/TO. E-mail: jusjus62@gmail.com.
sexta-feira, 23 de maio de 2014
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Surdocegueira e Deficiência Múltipla DMU
Atendimento Educacional Especializado – AEE
Surdocegueira e Deficiência Múltipla
Maria de Jesus Lima Rodrigues
Atividade 2. 2ª Semana
Este folheto
tem como objetivo apresentar o conceito de SURDOCEGUEIRA e Deficiência
Múltipla - DMU. Bem como, relacionar entre as duas, quais são as semelhanças
nas estratégias de comunicação.
NECESSIDADES
BÁSICAS DE ALUNOS COM SURDOCEGUEIRA OU COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
·
Desenvolver o esquema corporal, para que possa se auto perceber e perceber o mundo
exterior;
·
Buscar a verticalidade, o equilíbrio postural, a articulação e a
harmonização de seus movimentos;
·
Desenvolver a autonomia em deslocamentos e movimentos;
·
Desenvolver o aperfeiçoamento das coordenações viso motora, motora
global e fina
·
Desenvolver a força muscular.
Segundo
Bosco, Mesquita e Maia, (2010, p.11):[1]
A pessoa com
surdocegueira e com deficiência múltipla, que não apresentam graves problemas
motores, precisam aprender a usar as duas mãos. Isso para servir como tentativa
de minorar as eventuais estereotipias motoras e pela necessidade do uso de
ambas para o desenvolvimento de sistema estruturado de comunicação.
ESTRATÉGIAS
QUE SÃO UTILIZADAS PARA AQUISIÇÃO DA COMUNICAÇÃO
As interações de comunicação para as
pessoas com surdocegueira e/ou deficiência múltipla, devem respeitar a individualidade
de cada pessoa. De acordo com Maia (2010, p.4), “divide-se a comunicação em Receptiva
e Expressiva.” A figura abaixo
apresenta algumas formas de comunicação expressiva.
Figura 1. Maia, (2011, p.4)
Na figura dois, Maia, (2011), exemplificou formas de
comunicação receptivas e expressivas. Que
segundo ele, “são utilizadas nos programas de crianças com surdocegueira e com
deficiência múltipla”.
Figura 2. Maia, 2011.
O contato com o meio, reações
interações e comunicação das pessoas com surdocegueira ou deficiência múltipla,
são os meios para ampliar o conhecimento de mundo. Portanto, é necessário que o
mediador fique atento. Segundo, Bosco, Mesquita e Maia, “para assim compreender
melhor o que o aluno tem a intenção de comunicar e responder”.
Referencias:
MAIA,
Shirley Rodrigues, Aspectos Importantes para saber sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla. Texto em PDF, retirado do site:
Acessado em: 13 de abril de 2014.
BOSCO, Ismênia Carolina
Mota Gomes; MESQUITA, Sandra Regina S. Higino; MAIA, Shirley Rodrigues. A
Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: surdocegueira e
deficiência múltipla. Brasília: Ministério da Educação. UFC-MEC.2010. V. 5.
(COLEÇÃO a Educação Especial na Perspectiva da Inclusiva Escolar).
[1] BOSCO,
Ismênia Carolina Mota Gomes; MESQUITA, Sandra Regina S. Higino; MAIA, Shirley Rodrigues.
A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: surdocegueira e
deficiência múltipla. Brasília: Ministério da Educação. UFC-MEC.2010. V. 5.
(COLEÇÃO a Educação Especial na Perspectiva da Inclusiva Escolar).
sexta-feira, 28 de março de 2014
Entenda ( e experimente) como funciona a mente de um autista.
Por: Ana Carolina 4 de fevereiro de 2013
Enquanto sua irmã gêmea se desenvolvia normalmente, o progresso da canadense Carly Fleischmann era lento. Logo foi descoberta a razão: aos dois anos de idade, ela foi diagnosticada com autismo severo. Hoje, Carly é uma adolescente que não consegue falar – mas encontrou outro meio de se comunicar. Aos 11 anos, ela foi até o computador, agitada, e fez algo que deixou toda a sua família perplexa: digitou as palavras DOR e AJUDA e saiu correndo para vomitar no banheiro. Supostamente, Carly nunca tinha aprendido a escrever. Mas aquilo mostrou que acontecia muito mais em sua mente do que qualquer um poderia imaginar. E foi assim que começou uma nova etapa em sua vida: ela foi incentivada a se comunicar mais desta forma e a criar contas em redes sociais, como o Twitter e o Facebook. Também ajudou o pai a escrever um livro sobre a sua condição e deu as informações para a criação de um site que simula a sua experiência diária com toda a descarga sensorial que recebe em situações cotidianas, como ir a um café. “O autismo me trancou em um corpo que eu não posso controlar”, diz ela no site. Veja clicando na imagem abaixo. Depois que sua história foi para a mídia, Carly começou a receber muitos e-mails de pessoas perguntando sobre o autismo e criou um canal para respondê-las. “As pessoas têm muitas de suas informações vindas dos chamados especialistas, mas eu acho que esses especialistas não conseguem dar uma explicação a algumas questões”, escreveu. Veja a resposta que ela deu em seu site e entenda melhor o comportamento dos autistas: Pergunta: Meu filho de seis anos fica triste e chora com frequência, e eu não consigo entender o porquê. Você tem alguma sugestão de como eu posso descobrir o que está errado? Carly: Pode ser muitas coisas. Será que ele está tomando algum medicamento? Eu tive muitas mudanças extremas de humor, como chorar e sentir raiva sem motivo, por causa da medicação. Também poderia ser algo que aconteceu mais cedo ou dias atrás e que ele está processando apenas agora. Alguma vez você gritou aparentemente sem motivo? Por exemplo, você parecia feliz e relaxada, mas de repente começou a gritar? Minha filha faz isso às vezes e eu estou tentando descobrir o porquê. Eu amo esta pergunta. Ela está fazendo uma filtragem dos sons e quebrando os ruídos e conversas que tem ouvido ao longo do dia. [O cérebro dos autistas funciona de maneira diferente e se sobrecarrega com estímulos externos, como sons, luzes, imagens e cheiros. Gritar, tapar os ouvidos, fazer ruídos ou movimentos repetitivos, segundo Carly, são uma forma de bloquear esses estímulos e se concentrar em apenas um]. Além dos gritos, você pode nos ver chorando ou rindo, tendo convulsões e até manifestando raiva. É a nossa reação ao, finalmente, entender as coisas que foram ditas e feitas no último minuto, dia ou até mês passado. Sua filha está bem. Será que você poderia me dizer por que meu filho de quatro anos de idade (que tem autismo) grita no carro cada vez que paramos em um semáforo. Ele está bem e feliz enquanto o carro se move, mas, uma vez que paramos, ele grita e faz uma birra incontrolável. Eu amo longas viagens de carro, elas são uma ótima forma de estímulo sem você precisar fazer nada. O movimento do carro e o cenário visual passando por ele permite que você bloqueie qualquer outra entrada sensorial e se concentre em apenas uma. Meu conselho é colocar uma cadeira de massagem no banco do carro. Assim, quando ele parar, seu filho ainda estará sentindo o movimento. Você pode também colocar um DVD mostrando um cenário em movimento. De onde você tira tanta informação sobre a cultura pop? Eu escuto tudo que está acontecendo ao meu redor. Se houver uma TV e eu estou em outro quarto, ainda posso ouvi-la. Se pessoas estão falando, eu gosto de ouvir o que estão dizendo, mesmo se não estão falando comigo. Não é porque eu não pareço estar prestando atenção que esse seja o caso. Em seus sonhos você é autista? Sim e não. Em alguns dos meus sonhos eu posso falar e fazer coisas que as crianças da minha idade fazem. Mas em outros eu ainda tenho dificuldade em fazer as coisas que posso fazer quando estou acordada. Eu sonho com um monte de coisas, como meninos e alimentos. Eu nem sempre me lembro dos meus sonhos, mas gosto deles. Você pode descrever como se sente por dentro? Você acha que é diferente de crianças que não têm autismo? O problema é que eu não sei o que as outras crianças sem autismo estão sentindo. Eu tenho lutas comigo todos os dias, desde que acordo até a hora de ir dormir. Não posso nem ir ao banheiro sem dizer a mim mesma para não pegar o sabonete e cheirá-lo ou sem lutar comigo mesma para não esvaziar todos os frascos de xampu. Existem coisas que você considera mais desafiadoras, como abotoar sua roupa ou cortar a comida com uma faca? Por que você acha que não pode fazer esse tipo de coisa? O que acha que poderíamos fazer para ajudar? Algumas coisas eu acho que posso fazer, mas é preciso muita concentração para isso. Ficar sentada e digitar é algo muito avassalador para mim – eu preciso fazer pausas e dizer a mim mesma para fazê-lo. Eu não acho que as pessoas realmente sabem como é difícil. Parece tão fácil para todo mundo, mas é como falar três línguas ao mesmo tempo. Para ler outras perguntas e respostas, veja o site de Carly.
Referencia
Retirado do Site: http://super.abril.com.br/blogs . Acessado em 28 de março de 2014.
Imagens: Reprodução do site carlyscafe.com
Enquanto sua irmã gêmea se desenvolvia normalmente, o progresso da canadense Carly Fleischmann era lento. Logo foi descoberta a razão: aos dois anos de idade, ela foi diagnosticada com autismo severo. Hoje, Carly é uma adolescente que não consegue falar – mas encontrou outro meio de se comunicar. Aos 11 anos, ela foi até o computador, agitada, e fez algo que deixou toda a sua família perplexa: digitou as palavras DOR e AJUDA e saiu correndo para vomitar no banheiro. Supostamente, Carly nunca tinha aprendido a escrever. Mas aquilo mostrou que acontecia muito mais em sua mente do que qualquer um poderia imaginar. E foi assim que começou uma nova etapa em sua vida: ela foi incentivada a se comunicar mais desta forma e a criar contas em redes sociais, como o Twitter e o Facebook. Também ajudou o pai a escrever um livro sobre a sua condição e deu as informações para a criação de um site que simula a sua experiência diária com toda a descarga sensorial que recebe em situações cotidianas, como ir a um café. “O autismo me trancou em um corpo que eu não posso controlar”, diz ela no site. Veja clicando na imagem abaixo. Depois que sua história foi para a mídia, Carly começou a receber muitos e-mails de pessoas perguntando sobre o autismo e criou um canal para respondê-las. “As pessoas têm muitas de suas informações vindas dos chamados especialistas, mas eu acho que esses especialistas não conseguem dar uma explicação a algumas questões”, escreveu. Veja a resposta que ela deu em seu site e entenda melhor o comportamento dos autistas: Pergunta: Meu filho de seis anos fica triste e chora com frequência, e eu não consigo entender o porquê. Você tem alguma sugestão de como eu posso descobrir o que está errado? Carly: Pode ser muitas coisas. Será que ele está tomando algum medicamento? Eu tive muitas mudanças extremas de humor, como chorar e sentir raiva sem motivo, por causa da medicação. Também poderia ser algo que aconteceu mais cedo ou dias atrás e que ele está processando apenas agora. Alguma vez você gritou aparentemente sem motivo? Por exemplo, você parecia feliz e relaxada, mas de repente começou a gritar? Minha filha faz isso às vezes e eu estou tentando descobrir o porquê. Eu amo esta pergunta. Ela está fazendo uma filtragem dos sons e quebrando os ruídos e conversas que tem ouvido ao longo do dia. [O cérebro dos autistas funciona de maneira diferente e se sobrecarrega com estímulos externos, como sons, luzes, imagens e cheiros. Gritar, tapar os ouvidos, fazer ruídos ou movimentos repetitivos, segundo Carly, são uma forma de bloquear esses estímulos e se concentrar em apenas um]. Além dos gritos, você pode nos ver chorando ou rindo, tendo convulsões e até manifestando raiva. É a nossa reação ao, finalmente, entender as coisas que foram ditas e feitas no último minuto, dia ou até mês passado. Sua filha está bem. Será que você poderia me dizer por que meu filho de quatro anos de idade (que tem autismo) grita no carro cada vez que paramos em um semáforo. Ele está bem e feliz enquanto o carro se move, mas, uma vez que paramos, ele grita e faz uma birra incontrolável. Eu amo longas viagens de carro, elas são uma ótima forma de estímulo sem você precisar fazer nada. O movimento do carro e o cenário visual passando por ele permite que você bloqueie qualquer outra entrada sensorial e se concentre em apenas uma. Meu conselho é colocar uma cadeira de massagem no banco do carro. Assim, quando ele parar, seu filho ainda estará sentindo o movimento. Você pode também colocar um DVD mostrando um cenário em movimento. De onde você tira tanta informação sobre a cultura pop? Eu escuto tudo que está acontecendo ao meu redor. Se houver uma TV e eu estou em outro quarto, ainda posso ouvi-la. Se pessoas estão falando, eu gosto de ouvir o que estão dizendo, mesmo se não estão falando comigo. Não é porque eu não pareço estar prestando atenção que esse seja o caso. Em seus sonhos você é autista? Sim e não. Em alguns dos meus sonhos eu posso falar e fazer coisas que as crianças da minha idade fazem. Mas em outros eu ainda tenho dificuldade em fazer as coisas que posso fazer quando estou acordada. Eu sonho com um monte de coisas, como meninos e alimentos. Eu nem sempre me lembro dos meus sonhos, mas gosto deles. Você pode descrever como se sente por dentro? Você acha que é diferente de crianças que não têm autismo? O problema é que eu não sei o que as outras crianças sem autismo estão sentindo. Eu tenho lutas comigo todos os dias, desde que acordo até a hora de ir dormir. Não posso nem ir ao banheiro sem dizer a mim mesma para não pegar o sabonete e cheirá-lo ou sem lutar comigo mesma para não esvaziar todos os frascos de xampu. Existem coisas que você considera mais desafiadoras, como abotoar sua roupa ou cortar a comida com uma faca? Por que você acha que não pode fazer esse tipo de coisa? O que acha que poderíamos fazer para ajudar? Algumas coisas eu acho que posso fazer, mas é preciso muita concentração para isso. Ficar sentada e digitar é algo muito avassalador para mim – eu preciso fazer pausas e dizer a mim mesma para fazê-lo. Eu não acho que as pessoas realmente sabem como é difícil. Parece tão fácil para todo mundo, mas é como falar três línguas ao mesmo tempo. Para ler outras perguntas e respostas, veja o site de Carly.
Referencia
Retirado do Site: http://super.abril.com.br/blogs . Acessado em 28 de março de 2014.
domingo, 23 de março de 2014
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