Curso de Formação
Continuada de Professores
Atendimento Educacional Especializado
AEE e Metodologia da Pesquisa
Maria de Jesus Lima Rodrigues[1]
Pensamentos a partir das principais ideias do texto,
“O modelo dos modelos” de Ítalo
Calvino em anexo, e o relacionamento destes fragmentos com Atendimento
Educacional Especializado – AEE.
Mudanças na escola
A partir da Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (2008) a escola comum vem se
organizando, tendo como preceito de que, cada aluno tem a possibilidade de
aprender a partir de suas capacidades e habilidades. Tendo como objetivo
romper, desvencilhar-se da época em que se construía um modelo de educação para
iguais, ignorando as diferenças, e a capacidade que todos têm de aprender.
O antigo modelo de educação que homogeneizava
as salas de aulas e que ainda existe na mente de alguns e/ou faz parte da realidade de
alguns, aos poucos vem se transformando.
A escola comum inclusiva rompe com o modelo seletivo
excludente que ditava quem podia frequentar as escolas, e com a mesma ideia seletiva,
a própria família, adepta ao contexto cultural excludente aceitava esta cruel
realidade, não reivindicava o direito de seus filhos com deficiência de
aprender e exercer os seus diretos de cidadão.
A nova proposta de educação não espera
que os modelos imaginários coincidam com a realidade diminuindo assim a
exclusão dos alunos que não atendem o perfil idealizado pelas instituições de
ensino e garantindo o direito a diferença, pensando a escola como um espaço de todos.
A
escola atual discute e contrapõe suas praticas e reconhece as diferenças dos
seus alunos, busca alternativas e práticas educacionais compatíveis com seus
alunos.
Uma das inovações oferecidas pela
maioria das escolas brasileiras em parceria com o Ministério da Educação trazidas pela Politica Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva
(2008) é o Atendimento Educacional Especializado – AEE. Um trabalho da educação especial “[...]
identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que
eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas
necessidades especificas" (SEESP/MEC,2008).
Alguns educadores ainda não moldaram as
suas práticas, mas as oportunidades e iniciativas começam a aparecer visando mudanças nesta realidade. Cursos
de formação continuadas destinados a profissionais da educação são oferecidas pelo
MEC em parceria com outras instituições de ensino, e também muitos materiais
estão disponíveis para auto estudo na plataforma do Ministério da Educação.
No dia a dia na escola educadores deparam-se com as diferenças e muitas das
vezes não sabem muito como lidar com elas, mas devemos apagar da mente os
modelos imaginários construídos e arraigados em nossas entranhas culturais, e reconstruir um novo modelo embasado na valorização das diferenças.
Referências
BRASL, Ministério
da Educação. Secretaria d Educação Especial. Politica Nacional da Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Inclusão: revista da educação
especial, v. 4, n 1, janeiro/junho 2008. Basilia: MEC/SEESP, 2008.
CALVINO,
Ítalo. O modelo dos modelos. Retirado do site: .
Acessado em: 14 de junho de 2014.
ANEXO
“O modelo dos modelos”
Italo Calvino
Houve na vida do senhor Palomar uma época em
que sua regra era esta: primeiro, construir um modelo na mente, o mais
perfeito, lógico, geométrico possível; segundo, verificar se tal modelo se
adapta aos casos práticos observáveis na experiência; terceiro, proceder às
correções necessárias para que modelo e realidade coincidam. [..] Mas se por um
instante ele deixava de fixar a harmoniosa figura geométrica desenhada no céu
dos modelos ideais, saltava a seus olhos uma paisagem humana em que a
monstruosidade e os desastres não eram de todo desaparecidos e as linhas do
desenho surgiam deformadas e retorcidas. [...] A regra do senhor Palomar foi
aos poucos se modificando: agora já desejava uma grande variedade de modelos,
se possível transformáveis uns nos outros segundo um procedimento combinatório, para encontrar aquele que se
adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse feita de tantas
realidades distintas, no tempo e no espaço. [...] Analisando assim as coisas, o
modelo dos modelos almejado por Palomar deverá servir para obter modelos
transparentes, diáfanos, sutis como teias de aranha; talvez até mesmo para
dissolver os modelos, ou até mesmo para dissolver-se a si próprio.
Neste ponto só restava a Palomar apagar da
mente os modelos e os modelos de modelos. Completado também esse passo, eis que
ele se depara face a face com a realidade mal padronizável e não
homogeneizável, formulando os seus “sins”, os seus “nãos”, os seus “mas”. Para
fazer isto, melhor é que a mente permaneça desembaraçada, mobiliada apenas com
a memória de fragmentos de experiências e de princípios subentendidos e não
demonstráveis. Não é uma linha de conduta da qual possa extrair satisfações
especiais, mas é a única que lhe parece praticável.
[1]
Cursista. Atividade do blog. 2ª Semana.
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